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15-12-2004

Um estrangeiro em Portugal


Editorial

Imagine-se o leitor no lugar de um estrangeiro que visita Portugal no auge da crise política Dezembro de 2004.

Este nosso visitante, oriundo de um país distante e não europeu, conhecia de Portugal o fado da Amália Rodrigues, o Eusébio e o Benfica dos gloriosos tempos. Também nos associava mais recentemente aos êxitos futebolísticos FC Porto e ao euro 2004. Das personalidades portuguesas que via na imprensa do seu Pais lembrava-se do Sr. Barroso, que tinha andado para ser eleito presidente da UE montes de tempo e conhecia um tal “Gosé Mourinha” que via sempre com ar de zangado nas fotos dos jornais, com a barba por fazer e a dizer que era o maior.

Da história mundial que estudou em pequeno lembrava-se dos descobrimentos portugueses, mas depois nunca mais ouviu falar de nós. Impressionava-o o facto de nem na II Grande Guerra ter ouvido falar de nós.

Porque consultou a Internet, a conselho do seu agente de viagens, sabe que faz normalmente bom tempo por cá e que nos dias escolhidas para conhecer o nosso país vai estar sol e não muito frio.

Um amigo, disse-lhe que se comia bem, que o vinho era excelente (recomendou o da Bairrada) e que os portugueses eram afáveis e simpáticos.

Logo que pisa o aeroporto (não, não foi roubado) encontrou um amigo jornalista correspondente que trabalhava em Portugal. Curioso, inquiriu-o sobre alguns hábitos dos portugueses. O amigo, talvez por deformação profissional, informou-o que os maiores jornais portugueses diários eram desportivos mas que apesar disto os indígenas liam pouco.

À noite no hotel identifica na televisão outra cara conhecida; o Sr. Pinto da Costa. Fica curioso pois o vê rodeado de polícias e adeptos que mais parecia uma guarda pretoriana a sair de umas grades. No dia seguinte, o amigo jornalista lá o elucida sobre os casos judiciais da bola e da casa pia e dá-lhe uma rápida informação sobre a crise politica que consome Portugal. Curioso, folheia revistas no hall do hotel e conhece o PM. A foto era excelente, Santana aparece com um cachecol do Sporting e acompanhado por “paletes” de mulheres bonitas. Admirado na mesma revista vê o Dr. Sampaio com um cachecol igual. Também fica espantado com o destaque fotográfico dado pelas revistas a umas galinhas, porcos e afins. Ainda pensa que serão os líderes da oposição mas os nomes não condizem com os de Sócrates, Louça ou do camarada Jerónimo que o seu amigo jornalista lhe tinha mencionado.

Durante o resto do dia o nosso turista, visitou e adorou Lisboa. A Torre de Belém lembrou-lhe as descobertas portuguesas que tanto o entusiasmara nos bancos da escola. A cidade, embora em obras, era deslumbrantemente bonita. No roteiro turístico, o taxista mostrou-lhe os mais recentes monumentos da cidade. Os novinhos estádios do Benfica e do Sporting. Mas, avisou-o logo, que na sua futura digressão pelo país não deixasse de visitar os outros 8 campos, que eram fantásticos.

A noite, num bar que tinha um nome difícil de pronunciar (al...ter...ne) conheceu umas miúdas que falavam a cantar e sabiam imenso de futebol brasileiro. No meio dos copos e depois de perceber que só estava a pagar espumante às brasucas, recomeçou a conversa sobre a crise politica portuguesa com o seu amigo.

Só importa nesta história o seu comentário e a conclusão final. “Yury, disse ele, esse tal Chaves, ministro do desporto, deve ser mesmo muito importante por cá. Até o governo cai por causa dele. Não admira, com tanto futebol.”

António Granjeia*

*Administrador do Jornal da Bairrada


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